A história por trás da charmosa Casa do Padre, a “Casa das Festas” do Quadrado

Como já contamos anteriormente, as casas do Quadrado guardam parte importante da história de Trancoso. Um dos vilarejos mais antigos do Brasil, fundado em 1583 pelos primeiros jesuítas que chegaram no país, era ali naquele centrinho histórico, que tudo acontecia.

Hoje em dia, uma das casas que mais chama a atenção dos visitantes que passam pelo Quadrado, seja pela sua fachada colorida, pela vista privilegiada da Igrejinha de São João Batista, ou pelo charme do local, é a Casa do Padre; e é sobre ela que iremos contar no post de hoje.

 

 

Essa e outras casas do Quadrado estão disponíveis para aluguel de temporada e são uma ótima opção para quem quer aproveitar todo o charme do centro de Trancoso, sem abrir mão de estar próximo às melhores praias da região. Veja aqui a nossa lista completa de imóveis para alugar no Quadrado.

 

A Casa do Padre, como tudo começou

A história dessa casa é quase tão antiga quanto a do próprio vilarejo. Ela remonta à época do governo dos jesuítas, que a utilizavam como moradia para missionários. Quando os jesuítas se foram, uma família tomou conta do local e a emprestava aos padres que vez ou outra visitavam a região.

 

 

Com o tempo, a Casa do Padre passou por tantas mudanças e moradores, que chega a ser difícil recontar com precisão. Até mesmo alguns andarilhos e hippies que se mudaram para Trancoso nos anos 70, usufruíram em algum momento do refúgio.

 

A Casa da Festa

 

O momento mais interessante da Casa do Padre no entanto, foi na metade do século passado, quando o casal Dona Delfina e João Vieira, dois grandes personagens de Trancoso, moraram ali. Essa era a época das tradicionais festas populares de Trancoso, quando toda circunstância, santo ou evento, era motivo para celebrar.

 

 

Dona Delfina e João Vieira não mediam esforços para organizar bailes que viravam a madrugada, atraindo até os moradores da roça, que guiados pela vontade de participar do arrasta-pé, empunhavam o facão e enfrentavam a viagem pela mata fechada para chegar até a Casa do Padre.

Dona Delfina ficava por conta de ir de porta em porta, convidando as famílias e se responsabilizando por cuidar das meninas desacompanhadas. Era ela também que ia buscar areia na praia para forrar o chão da sala pra não subir poeira na hora de dançar o arrasta-pé. Já João era o responsável pela bebida: cachaça e jurubeba para os meninos e licor de jenipapo para as meninas. E claro, a música não podia faltar! Era João Vieira na cuíca feita com tronco de árvore e couro de jegue, Zé Enedinho no violão, João Taru e Antenor no cavaquinho e Licínio no pandeiro.

 

 

As meninas colocavam vestido de chica com cintura apertadinha, ruge ou urucum no rosto, enquanto os homens faziam o cavanhaque e arrumavam cada fio de cabelo. E todo mundo cantava e dançava até o sol começar a nascer atrás da Igrejinha do Quadrado. Esse era o sinal de que estava na hora da música parar. Mas não tem problema, final de semana seguinte tem outro baile e recomeça tudo de novo.

 

A Casa do Padre atualmente

 

Hoje em dia a Casa do Padre é uma das mais requisitadas para aluguel de temporada no Quadrado. Além de charmosa e delicada, ela conta com uma decoração assinada por Jacaré do Brasil e tem 4 suítes e uma varanda com vistas espetaculares para o mar e para a mata.

 

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